07 setembro 2013

Colecionador de corações


Ele não é como eu pensei e esse era um dos meus maiores medos. Bem que me falaram pra eu tomar cuidado, mas não sou muito de escutar esses tipos de conselhos, sou da tribo que arrisca, toma na cara e nunca aprende. Deveria ter ido com calma, esperado o café esfriar, mas com aquele sorriso e os olhos cor de mundo poucas pessoas no meu lugar conseguiriam se controlar. Suas atitudes nunca me admiraram, ele não tem o "tipo" que eu sempre esperei, nunca curtiu Nando Reis e Bon Jovi, só ouve sertanejo universitário e gosta de enganar. E no quesito enganar, eu que sempre me julguei esperta demais, cai direitinho. Apesar dos pesares ele tinha um jeito estabanado que até hoje só de lembrar sinto um arrepio na espinha, me compreendia e tinha conselhos na ponta da língua pra qualquer situação, me surpreendia com suas atitudes e era isso que sustentava minha admiração por ele. Era daqueles que deitava no meu ombro e não tinha vergonha de ficar junto a mim, meloso e de boa lábia. Nunca sabia entender ironias, nem as minhas brincadeiras bobas e se irritava com isso. Eu morria de rir. Ria porque com ele me sentia alegre, lembrava de tudo de podre que meu interior carregava e sentia vontade de ser uma pessoa melhor, por ele. Sim, a maior bobagem.

Ele coleciona marionetes e eu fui uma delas, que a verdade seja dita! 
Escreve mensagens bonitinhas de bom dia, copia, cola e manda pra sua agenda inteira de contatos.
Gosta de se divertir com desilusões alheias.
Eu fui uma delas, apenas isso. 

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